Apresentação da Candidatura à Assembleia Municipal


Há momentos na nossa vida pessoal e profissional, na vida das comunidades em que é urgente tomar decisões. Momentos, como aquele que vivemos no nosso Município, em que é Urgente a Mudança. Agradeço por isso, Hoje e Aqui, a presença de tantas pessoas, tão diferentes.

Há mais de 30 anos que o PS governa o Cartaxo. Três décadas em que a sua governação foi mudando, sempre para pior. Tantos anos no poder tornaram-no surdo, provinciano, autoritário, sem projecto ou ideias que não sejam as do betão e da megalomania. Esta é a última vez que Paulo Caldas pode ser eleito Presidente da Autarquia. Se for eleito com maioria absoluta, estamos a validar o poder de um clã.

Permitir que alcance uma nova maioria absoluta significa aceitar que as autarquias são um feudalismo novo... no séc. XXI ?! Um novo sistema de senhores e senhoras a quem nada se questiona, a quem se deve ter muito respeitinho e agradecimento por nos (des)governarem .Quem se considera progressista não pode em consciência votar neste PS.

Somos no Bloco de Esquerda, Socialistas.

O Nosso Socialismo é o da ética, procura o progresso justo, solidário, para todos de forma igual, independentemente das suas opiniões.

O Nosso Socialismo sabe ouvir os cidadãos, as suas idéias que são as de quem sente o dia-a-dia da terra em que vive, de que gosta, onde quer continuar a viver.
É democracia que não se esgota em eleições,
por muito que pensem que se pode comprar, enganar a sociedade com subsídios, com a manutenção dos poderes instalados.

O Nosso Socialismo aposta na cidadania, na participação de todos os cidadãos na gestão quotidiana das suas vidas, da sua memória colectiva, do seu futuro.

O Nosso Socialismo não desbarata a memória colectiva como se fosse roupa velha, pois não vivendo do passado, não se pode viver sem ele. Quando os cidadãos ouvem que o Campo da Feira está a leilão, nós estamos cá para gritar que a nossa alma não será vendida pelo preço mais alto.

Afirmamos de uma forma clara e frontal que não empenhamos as nossas memórias para pagar as contas da pequena mercearia camarária. Como é possível decidirem um assunto desta gravidade sem debate, sem consulta, às escondidas de toda a gente?

Como é possível o poder decidir aprovar a construção de um Parque Urbano num momento de crise como este, em que as casas que estão à venda não se vendem?

Como é possível atirarem a Feira dos Santos para outra zona sem acessos para os mais velhos e sem referência histórica? Tudo sem debate? Depois de um grande investimento no Pavilhão de Exposições?

Não existe vergonha de tomar uma decisão destas sem planos, sem estudos sem uma direcção que não seja a do betão?

Acaso se esqueceram que são representantes dos cidadãos? Que o poder não é deles? Esqueceram que apenas lhes está temporariamente confiado?

O Dr. Paulo Caldas é Presidente da Autarquia ou ajudante de Empreiteiro?

Será que nem sequer colocou a hipótese de um grande Parque Verde? onde obviamente se pudesse fazer a feira e o Mercado Mensal? Aos jardins verdes, este Poder prefere o jardim do betão.

Este é o ano em que somos mesmo obrigados a reflectir o modelo de desenvolvimento que se pretende para o Cartaxo. Respeitando socialistas íntegros que já foram eleitos pelo PS no passado, consideramos urgente a mudança. 30 anos de poder contínuo turvam o sentido crítico, acomodam, levam à preguiça, à incompetência.

Lutaremos pelo Desenvolvimento Sustentado, baseado em decisões verdadeiramente Democráticas que nos Dignifiquem a todos.

Lutaremos para que todos sejam ouvidos, independentemente das suas opções políticas; ao Estado a que isto chegou qualquer bom senso é bem vindo.

Existem ideias simples que devem ser discutidas este ano, proponho que nos centremos apenas em algumas, o Bloco de Esquerda a seu tempo apresentará um programa completo de governo para o Concelho do Cartaxo:

Exigimos uma auditoria completa, rigorosa às contas da Câmara. Sem isso nada feito. Combateremos as paredes de vidro foscas; a desconfiança no poder local é tanta e infelizmente tão acertada que devemos disponibilizar online todos os processos camarários, completos, os que estão em curso e os que estão arquivados.

Como já afirmei, há que reforçar a nossa aposta na cidadania, na participação de todos na gestão quotidiana das suas vidas. Reforçar a aposta nos orçamentos participativos, na discussão pública dos assuntos que a todos dizem respeito.

Os Cidadãos não são crianças, o Dr Paulo Caldas não é o nosso pai.
Queremos ser ouvidos. A nossa opinião tem de contar.

Tudo faremos para tirar do papel, das boas intenções a Rede Social. Há que incentivar o voluntariado social e comunitário para que com apoio e coordenação municipal, se construa de facto uma Rede Comunitária ou Social que junte Associações, IPSS’s, Igrejas, Serviços Sociais Autárquicos, Serviços do Rendimento Social de Inserção, Escolas e claro sempre os Cidadãos.

Com esta Rede saberemos de facto quem precisa, do que precisa, quando e a melhor de fazer chegar o auxílio. Quer através de um refeitório comunitário, loja comunitária e de trocas ou outras soluções que a Rede proponha.Acredito nas pessoas, acredito que possibilitando, organizando, conseguiremos dar dignidade de vida aos mais velhos, vítimas de verdadeiro abandono no fim de uma vida de trabalho; existem no Cartaxo cidadãos abandonados, fragilizados que não precisam de ser depositados num lar ou hospital, que em verdade também não existem, ou só existem para os mais ricos; por vezes o simples apoio domiciliário feito por voluntários resolve problemas de extrema gravidade. Com uma Rede conseguiremos também organizar ajuda a jovens que decidam ser pais não obstante esta crise; em Rede e com voluntariado organizado, é possível ajudar mais as famílias atacadas pelo desemprego, já demasiado visível no nosso Município.

É urgente fazer um levantamento sério do património, um estudo mais constante do nosso concelho. Na área do Património proporemos a classificação municipal de edifícios relevantes para a nossa gente. Mais uma vez aqui, a Câmara ou é ajudante de Empreiteiro ou é representante dos cidadãos.

É também Urgente promover a gestão integrada da Educação, da Cultura, do Desporto, do Conhecimento, da Solidariedade. É inútil ter as infraestruturas, se estas não forem interligadas, se não se souber o que com elas ganha a comunidade. O vinho, como os outros valores da região, não podem ser apenas um cartaz propagandístico, ser apenas uma feira de petiscos mas sim um instrumento estratégico do projecto de desenvolvimento do Concelho.

Lutaremos para que exista uma política de ambiente séria com um projecto consequente para os lixos urbanos; para uma água pública, de qualidade. Lutaremos para que além de um ou dois parques verdes, seja possível existirem pequenos jardins para as crianças brincarem e os mais velhos descansarem perto das suas casas. Na área do ambiente afirmamos também que o Concelho está sujo, precisamos de arregaçar as mangas, temos de limpar o Cartaxo.

Estas são apenas algumas das ideias que vamos convosco discutindo porque é urgente mudar de caminho, mas não somos os donos da Verdade, este é um caminho que se faz caminhando, com todos, sem autoritarismos.

Apesar de sermos um movimento novo, já todos sabem como somos, como nos comportamos, no Cartaxo como no resto do país.

A Lista do Bloco de Esquerda para a Assembléia Municipal conta ainda com duas mulheres, de luta, de ideias, com coragem comprovadas: Odete Cosme e Sandra Garradas, vamos elegê-las, o Cartaxo conta com elas para a Mudança que anunciamos.

As Listas do Bloco de Esquerda provam que no Cartaxo existe uma alternativa socialista e de confiança, existe uma alternativa para vivermos com mais democracia, mais desenvolvimento, com mais dignidade.

Viva o Cartaxo,
Viva o Poder dos Cidadãos!

Cartaxo, 3 de Julho, Restaurante Pelé